segunda-feira, 26 de novembro de 2012

A terra dos sorrisos


“Barganhe sempre.” Era essa a regra em todos os guias turísticos que eu lia a respeito da Tailândia. É verdade, eles estarão prontos a barganhar. E bem dispostos a isso. Mas, sinceramente, deixamos de lado esta dica no segundo dia de viagem. Quando vimos em muita gente a boa vontade em servir, em sorrir, o interesse em conhecer a gente, perguntando de onde eu vinha e onde ficava o Brasil. E quantas daquelas pessoas poderão visitar o Brasil?
Achei injusto pedir mais descontos para um povo que nos saudava com um sorriso contagiante, que se desdobrava para entender e se fazer entender com frases simples em inglês carregado num sotaque gracioso. Barganhamos em alguns mercados, mais para rir e fazer rir. Mas quando percebi que tinha alguém mais trabalhando para fazer tudo aquilo acontecer para a gente, ofereci o que mandava meu coração. Além de dividir a pizza com uma mãe de família, oferecer água gelada para o motorista do tuk-tuk, deixar a havaiana original como lembrança do meu país… Se é para ganhar com eles, que eles ganhem com a gente também! E toda contribuição foi muito bem vinda.
Os primeiros dias em Bangkok foi como uma overdose de estímulos. Arte, cores, cheiros, sons e sabores por todos os lados. Pimenta inclusa – desde o café da manhã.
Nosso roteiro foi focado no interior: De Bangkok para Ayuthaya e Chiang May. Deixamos de lado as praias paradisíacas para conhecer melhor a cultura local, visitando os templos budistas, palácios reais, mercados, escolas, etc.
Alguns roteiros são bem turísticos: Grand Palace, What Po, Float Market. Enfrentamos uma horda de turistas curiosos, suados e flashes disparados. É tipo a Disneilândia budista. Mas ainda assim, as construções são lindas. Valeu a pena a visita pelo diferencial da arquitetura oriental e pela arte.
As cidades menores, embora também afetadas pelo turismo, foram opções mais aconchegantes. Ayuthaya tem ruínas históricas do Império Kmer e uma pequena estação de trem. Chiang May é uma mini Bangkok, badalada, com mil opções de restaurantes, casas de massagem Tailandesa (com ou sem pegada erótica), templos e outras atrações locais. A temperatura é mais amena – cheguei a sentir um friozinho à noite. A cidade tem uma ampla variedade de templos budistas, todos muito próximos e como o ritmo é menos frenético que na capital, pudemos também conhecer melhor os monges. Ah, detalhe: Os monges são divertidíssimos, como todo Tailandês. Adoram uma boa piada e têm o riso solto. A proximidade era tanta que eu me esqueci de uma regra fundamental: Eu, como mulher, não poderia cumprimentá-los com aperto de mão, pois, dentre os votos dos monges, está o de não tocar uma mulher. Assim, permanecem “puros” e não despertam a energia sexual.
Tenho boas recordações e muita, muita vontade de voltar, talvez com um roteiro diferenciado, incluindo as praias e os países mais ao Norte, como Laos, Cambodja e Vietnã. Os oito dias que tivemos para conhecer este país foi pouco e sinto que deixei para trás outras tantas infinitas possibilidades de explorar a Tailândia. Este lugar é apaixonante como é o Brasil.
Não posso dizer que não haja nada semelhante no Brasil. Mas é diferente. Diferente do nosso, do que nos é familiar. Nós fomos avisados do trânsito caótico, do calor intenso e dos golpes do Tuk-tuk. Mas ainda assim, nos permitimos viver tudo isso. O diferente encanta. É divino. E saboroso…

Um comentário:

  1. Adorei conhecer um pouco da Tailandia atrves dos seus comentarios! Se permitir, gostaria de publicar o texto no Viajando com Puny.

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